Em meio a tudo isso, está passando levemente despercebida a vinda do seminal Los Straitjackets ao país.
O quarteto de Nashville também está escalado como uma das atrações da Virada Cultural e toca no próximo domingo, às 15h00, no Largo do Arouche. Show imperdível.
Los Straitjackets é citado com a mais cultuada banda de surf music em atividade, mas sua música vai além dessa convenção.
Veículo para o incrível guitarrista Eddie Angel, os Straitjackets passeam por gêneros como swing, rock'a'billy, garage e todo o espectro de som instrumental retrô. E como parece regra no revival surf, têm muito senso de humor: se apresentam sempre com bizarras máscaras de "lucha libre" mexicana.

O californiano Phantom Surfers, por exemplo, adotou o visual smoking & máscara, abusando de títulos sacanas para seus discos, como: "The Exciting Sounds Of Model Road Racing" e o ótimo "Skaterhater". E, musicalmente, são bastante competentes em recriar à sua maneira, e com algum teor de escracho, o som que embalava as festinhas da Califórnia nos anos 60.
A banda tocou no popular festival B.A. Stomp, em Buenos Aires, nos anos 90, e um amigo próximo teve a incumbência de hospedar e ciceronear um dos Phantom Surfers numa rápida passagem por São Paulo. O grupo, porém, não chegou a se apresentar por aqui.

Vi duas apresentações do Man or Astro-Man?, ambas absolutamente incendiárias. A primeira, memorável, na casa de shows Broadway (atual Eazy) e a segunda, no Sesc Pompéia, quando tocaram ao lado do também americano Trans-Am que, literalmente, quebrou tudo.
O Man or Astro-Man? é como um filho bastardo de Dick Dale com Mark Mothersbaugh, do Devo. Tocam uma surf music envenenada, com um repertório quase que integralmente instrumental, e uma viagem retrô-espacial com direito a trajes de astroanauta e projeções de vídeos que parecem saídos de algum arquivo da NASA dos anos 60.
O último disco do Man or Astro-Man?,"A spectrum of Infinite scale", expandiu sua música para uma fronteira mais experimental, com direito à uma faixa com título em português: "Um espectro sem escala".

Tocou no hoje extinto Olympia, na mesma noite em que o Fugazi atordoava o público com um set radical na Broadway. O conflito de datas foi contornado. Assisti ao Fugazi e, dias depois, me mandei para Santos ver Dick Dale tocar numa discoteca chamada Twister.
À época com um power-trio turbinado, Dale, um dos revolucionários da guitarra elétrica, triturou sua Fender diante de 300 afortunados. Assisti ao show a um metro do palco e vi as palhetas literalmente virarem pó com a famosa palhetada de Dale que faz Scott Ian e James Hetfield parecerem guitarristas de alguma bandinha de igreja.

Se eu fosse você, não perderia por nada.
Acima, Los Straitjackets no vídeo da sensacional "Tempest".
E aqui, o clipe de "Nitro", uma pequena amostra do poder de Dick Dale quando retomava sua carreira nos anos 90.
4 comentários:
Estive no show do straitjackets na Virada cultural e achei simplesmente sensacional! Fiquei impressionada com o som dos caras! To doida pra baixar um CD e vi que a discografia é longa... indica algum em especial?!
Bjos
O show foi ótimo, não? Também estive por lá. Olha, eu recomendaria o disco "The Velvet Touch of Los Straitjackets", de 1999. É coisa fina!
Aqui tem a discografia deles:
http://revolutionrock001.blogspot.com/search/label/Los%20Straitjackets
The exception proves the rule.
Postar um comentário