No início de 2006, Dave Wyndorf tomou uma overdose de comprimidos e quase morreu.
Todos os compromissos de sua banda foram cancelados e chegou-se a duvidar que, aos 50 anos de idade, ele teria a energia necessária para retomar a carreira.
É como se a obra do Monster Magnet, grupo fundado por Wyndorf no final dos anos 80, dependesse diretamente dos excessos de seu criador. Arauto da cena stoner rock, o grupo de New Jersey sintetiza musicalmente o que qualquer psicotrópico faria com seu cérebro.
Delírios interplanetários, xamanismo, serpentes, ácido, pornografia. Imagine tratar de tudo isso ao mesmo tempo com a devida dose de loucura sob uma base sonora com um pé no space rock, outro no proto-punk e as antenas no hard rock dos 70's.
Manter a chama de uma discografia então formada por irretocáveis 6 álbuns de estúdio parecia trabalho demais para quem perdera o combustível alucinógeno.
Mas um ano depois da experiência quase fatal de seu mentor, o Monster Magnet lançou um colosso chamado 4-Way Diablo.
Os mais exigentes fizeram ressalvas de toda espécie. Desde as convencionais ("Eles nunca vão fazer outro Powertrip"), até as mais venenosas ("O álbum foi concebido antes da overdose e com canções escritas em vários momentos do tempo").
Wyndorf reapareceu transfigurado para a turnê de promoção do disco. De um "sleazy motherfucker" à la Iggy Pop, Dave virou uma espécie de Tad - aquele rockeiro balofo de Seattle. O definitivo rock star estava gordo e livre dos vícios.
Mas o tempo está ao lado deste xamã pós-moderno: nesta semana foi lançado o oitavo e novíssimo álbum de estúdio do Monster Magnet, Mastermind.
Intenso, viajante, coisa de louco.
Tudo que Wyndorf canta soa muito bem. Suas letras são únicas, o trabalho de guitarra do velho comparsa Ed Mundell é de outro planeta e cada composição é uma pequena gema de um rock'n'roll escrito à base de algum manual perdido dos 70's.
É a banda mais bacana em atividade. Neste e em qualquer planeta.
Stonehenge é aqui.
____
Assista abaixo ao primeiro clipe extraído de Mastermind.
ÚLTIMAS COLUNAS
Leia, comente, compartilhe
0 comentários:
Postar um comentário