O que existe em comum entre as vindas de Mummies e Buzzcocks ao Brasil? Elas estão separadas pelo megashow de Paul McCartney em São Paulo.
O insano quarteto surf-garage-punk de San Francisco tocou na última quinta-feira, 18, e a lendária banda de Manchester toca na próxima, 25/11.
E o que isso quer dizer? Nada. Ou alguma coisa.
Pra saber mais sobre a algazarra promovida pelas múmias, leia a resenha que escrevi para o portal aqui.
Já o Buzzcocks é de outra praia, mas nem tanto. Formaram ao lado dos Pistols e Clash uma espécie de tríade sagrada do punk inglês. Mesmo com metade da fama são os melhores melodistas de toda aquela geração que incluiu, ainda, gente como Damned, Stranglers, X-Ray Spex e muitos outros.
Me encontrei com Pete Shelley em 2007, última vez em que o Buzzcocks esteve no Brasil. A primeira coisa que fiz questão de dizer ao ídolo de Morrissey e tantos outros é que ele e seu parceiro, Steve Diggle, são o Lennon-McCartney do punk. Shelley soltou um "Oh!", sucedido de um sorriso com discrição britânica.
Meu primeiro contato com o Buzzcocks aconteceu através da famosa compilação de singles com o esperto título de Singles Going Steady. Ouvi até não aguentar mais.
Poucos anos depois, em 1995, tive a chance de ver e ouvir aquele repertório ao vivo no extinto Aeroanta - casa que ficava no Largo de Pinheiros, em São Paulo, e que abrigou outra penca de shows antológicos.
Até hoje está entre os shows realizados no Brasil com volume mais absurdo. Talvez perca para o Motörhead do já quase surdo Lemmy.
Se você, como este escriba, foge de megashows como o diabo da cruz, claro que vai escapar de Macca no Morumbi.
Sua primeira alternativa para a multidão que vai chorar enquanto canta o la-la-la de "Hey Jude" foi a demência dos Mummies.
Se por acaso acabou perdendo, o Caixa Preta dá a dica: roube ou pegue um empréstimo, mas não deixe de ver o Lennon- McCartney do punk na próxima quinta-feira.
E pode chorar que não faz mal nenhum.
E pode chorar que não faz mal nenhum.
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