Você não sabe nada de kiwi rock? Não se preocupe, pouca gente sabe.
Kiwi rock é, simplesmente, o rock'n'roll feito na Nova Zelândia. O nome é estranho, mas não tem qualquer relação com a fruta. Kiwi é a ave-símbolo do país.
O assunto só é pertinente porque a maior banda neozelandesa está em estúdio, preparando o que promete ser mais uma bomba atômica.
Datsuns é um grupo formado por músicos precoces e talentosos. Gravaram 4 discos desde o ano 2000: o primeiro entrou na parada de sucessos britânica, o segundo foi produzido por ninguém menos que John Paul Jones e o terceiro -Smoke and Mirrors- é uma pequena gema.
Em 2008, fizeram uma parada completamente improvável no Brasil. Tocaram no festival Abril Pro Rock, no Recife, e esticaram até São Paulo. E isso na mesma semana em que o público da cidade se dividia para ver, pela primeira vez, e em noites diferentes, Bad Brains e New York Dolls.
Sem divulgação, o show dos jovens arautos do kiwi rock atraiu menos de 200 pessoas ao clube Inferno. Pior: a banda subiu ao palco no surreal horário das 3 da manhã. Mas quem pensa que o cenário foi desanimador não pode estar mais errado. A apresentação dos Datsuns foi arrebatadora.
O quarteto executou com total entrega seu power pop garageiro, cheio de licks, solos e refrões de lavar a alma. Com experiência de tocar em grandes festivais, os neozelandeses pareciam pouco incomodados com as circunstâncias e simplesmente implodiam a casa num desses sets inacreditáveis.
Às 4 da matina, os caras faziam um bis acachapante em meio à névoa de cigarros: Phil Somervell mandava power chords à la Pete Townshend, seu colega Christian Livingstone triturava uma Les Paul com solos recheados de wah-wah e o frontman Dolf de Borst se esgoelava, equilibrando-se em um par de botas mod. Puro rock'n'roll.
A chance de rever os Datsuns no Brasil é mínima. Mas "Gods Are Bored", prévia do novo disco, que sai ainda em 2011, é pra fazer qualquer um amar kiwi rock.
Datsuns quebram tudo com "Motherfucker from Hell"
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