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Músicas para ouvir ao volante

Toda sexta-feira é assim. Do meu escritório, ouço carros carros pra lá e pra cá com música no último volume.

Começa cedo, lá pelas 10 da manhã. Conforme a tarde avança, a quantidade de carros despejando detritos sonoros no ar só aumenta. Funk carioca, sertanejo pop, forró universário, mais funk carioca. Às vezes, um reggae malemolente. E mais funk proibidão.

Uma verdadeira tortura.

De vez em nunca, alguém foge à regra. Dia desses, passou um maluco ouvindo "Another Brick in the Wall". Soa totalmente fora de contexto também, mas já é um alento.

Decidi montar um antídoto para salvar as sextas-feiras do mau gosto alheio. Vejam como ficou e dêem suas dicas:

JOHNNY CASH - Murder
Se é pra ouvir música caipira, que tal começar o dia com uma compilação do Homem de Preto só com canções sobre morte e assassinato?
Essa belíssima coletânea foi lançada anos antes do revival causado pelo filme "Johnny & June" e faz parte de uma trilogia que tem ainda os volumes God e Love. O disco conta com uma simpática apresentação de Quentin Tarantino e traz clássicos absolutos do mestre como "Folsom Prison Blues" e "Long Black Veil".

TIM MAIA - Tim Maia Racional Vol. I e II
Se a sexta é o dia oficial do funk carioca, vamos respeitar os costumes e compartilhar com o povo os melhores discos da vida do Síndico: os dois volumes de Tim Maia Racional.
Essas gemas foram gravadas enquanto Tim estava enfiado na destrambelhada seita Universo em Desencanto e são imperdíveis.
Letras bizarras, groove pulsante, arranjos sofisticados e um fino trabalho do grande Paulinho Guitarra.
THE B-52's - Cosmic Thing
Não existe um antídoto pronto para a praga do forró universitário, mas a gente inventa.
Se a chegada do fim de semana faz os esqueletos sacolejarem, mostre aos pedestres e motoristas do seu pedaço que nem tudo é rala-coxa.
Abra os vidros de sua caranga para propagar os crocantes hits do melhor disco dos B-52's. Um álbum que tem canções ensolaradas como "Roam" -produzida pelo grande Nile Rodgers, do Chic- e "Love Shack", a afetada sofisticação de "Channel Z" e vocalizações sublimes do início ao fim, merece um lugar na trilha sonora de qualquer cidade.

ISAAC HAYES - Don't Let Go
A noite chegou e o povo se diverte, andando pra cima e pra baixo ouvindo mais proibidão. Não tem problema, vamos com um dos mais subestimados discos do deus do funk, Isaac Hayes. Gravado em 1979, durante a febre da disco music, Don't Let Go é diversão garantida e um desfile de arranjos riquíssimos e sacanagens sussurradas ao pé do ouvido.
A faixa-título e "Fever" botam fogo até numa reunião da Tupperware e, como é sexta-feira, você ainda pode lançar o truque com "A Few More Kisses to Go" e levar aquela gatinha para um lugar mais reservado. Eu garanto: ela não vai resistir.

TURBONEGRO - Apocalypse Dudes
Madrugada. Blitz da Lei Seca. E seu hálito já é suficiente para acender uma churrasqueira. À essa hora vale tudo: aumente o volume e bombardeie o carro do lado com um dos discos mais depravados do rock'n'roll.
Apocalypse Dudes é o clássico do norueguês Turbonegro. E não é por acaso. Do elogio à uma espelunca que serve as melhores pizzas ("Age of Pamparius") ao punk com slide guitar de "Prince of Rodeo", passando por faixas com lindos títulos como "Self Destructo Blast" e "Rock Against Ass". Olho na pista e pé na tábua!

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O povo quer funk? Isaac neles!


A letra já é um convite a cair na estrada. Aumente o volume e siga em frente!

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