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Tom Petty e o Grammy

O Grammy deveria estar para a música americana como o Oscar está para o cinema. Mas, por alguma razão, a premiação musical nunca teve a mesma audiência ou glamour.

Talvez porque artistas de terceira classe ganharam prêmios que deveriam ser de primeira. Talvez porque a indústria do cinema consiga mobilizar uma certa nata social que a indústria do disco não consegue tocar. Não importa: fato é que o Grammy, ao menos para os fãs de música, não parece ter muita importância.

Mas a edição deste ano, que acontece daqui a 3 dias, em Los Angeles, tem algo para sair da mediocridade. Um dos indicados na categoria de "Melhor Álbum de Rock" é "Mojo", discaço de ninguém menos que Tom Petty and the Heartbreakers.

Não que, à essa altura da carreira, Petty precise de condecorações. Afinal, tudo o que gravou no século XX ganhou disco de ouro ou platina. Já foi homenageado com uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood, e teve sua vida contada num documentário com inacreditáveis 4 horas de duração, dirigido pelo cineasta Peter Bogdanovich.

Mesmo assim, será divertido ver Petty, aos 61 anos de idade, competindo, ao lado de Neil Young, 66, e seu "Le Noise". O rock'n'roll, quem diria, está a salvo nas mãos de artistas sexagenários.


"Mojo" apenas confirma o talento sobrenatural de Petty para trabalhar com a fórmula pura do rock'n'roll e seu grave acento sulista. Mas seria injusto não falar dos Heartbreakers, a banda de apoio que está para ele como o Crazy Horse para Neil Young. Uma clássica formação dos Heartbreakers, que, diga-se, quase não mudou em 30 anos, e que inclui o gênio da guitarra Mike Campbell, é responsável pelo "molho" desse disco que pode ganhar um Grammy.

Gravado "ao vivo" no estúdio, sem overdubs, autotune ou outros recursos, o disco, nas palavras do guitarrista-base Scott Thurston, "remete a tempos mais 'pantanosos', quando as coisas eram mais verdadeiras".

No próximo domingo você tem algum motivo para se importar com o Grammy.



Assista acima ao trailer de "Runnin' Down a Dream", documentário épico de Peter Bogdanovich sobre a carreira de Tom Petty.



E aqui, ao alucinante video-clipe da própria "Runnin' Down a Dream", uma das melhores canções de todos os tempos.

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