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Um fim de semana com o New Model Army

Corria o ano de 1991. Em um intervalo de mais ou menos 15 dias tocaram em São Paulo, no há muito extinto Dama Xoc, Ramones e New Model Army.

A frequência de shows internacionais naquela época era muito, mas muito mais modesta que hoje em dia. Portanto, duas bandas dessa magnitude tocarem num curto espaço de tempo na cidade foi um acontecimento.

O Ramones estava em turnê de apoio ao bem sucedido Brain Drain, disco rebocado pelo hit "Pet Sematary". Fui dos 300 privilegiados a ver a banda nesse momento em que recuperava o prestígio e iniciava uma grande escalada de popularidade entre a garotada do Brasil.

Mas com os modestos recursos de um primeiro emprego, não tive verba para ver também o New Model Army que excursionava para promover o sublime álbum Impurity. À época, ver Joe, Johnny, CJ e Marky foi uma escolha. Mas o fato é que ainda pude ver o Ramones em outras ocasiões até sua tour de despedida.

Já com o NMA, a espera foi bem mais longa. Só em 2007 os ingleses aportaram novamente no Brasil. Na ocasião, o trovador pós-punk Justin Sullivan fez piada com a demora: "Fazia 16 anos que não tocávamos aqui. Obrigado por terem mantido a fé. Vemos vocês de novo no ano de.... (alguém da banda sopra a data)... 2023!".

Para felicidade geral, o retorno do NMA acontece essa noite, apenas 3 anos depois. E a ocasião é bastante especial. Em comemoração a seus 30 anos de carreira, a banda vai executar uma infinidade de canções em formato acústico e elétrico. E um set-list diferente por noite. A turnê vem causando comoção em várias cidades do mundo conforme indicam as comunidades de fãs espalhadas pela internet.

Os shows acontecem no Citibank Hall, casa de espetáculos ainda conhecida por alguns como Palace, nome que ostentou durante anos e que traz forte nostalgia dos anos 80. Como a primeira apresentação do Ramones no país e o famigerado show do Toy Dolls que terminou em batalha campal pelas rua de Moema.

Aqueles que lembram do New Model Army somente por "51st State of America" -canção que toca até hoje em algumas rádios-, se surpreenderia se soubesse que a veterana banda de Bradford tem muito mais do que fãs. Tem devotos. Gente que viaja o mundo atrás do grupo, colecionadores obsessivos e malucos que se tatuam com símbolos celtas e insígnias presentes nas capas dos discos.

Hoje de manhã estive no Palace para comprar um ingresso para minha esposa. Na fila, em meio a fãs de Roberto Carlos que pagavam até 1.000 reais por uma chance de ver aquele que chamam de "Rei", três discretos adeptos do NMA. Dois deles na faixa dos 40 anos de idade, cabelos grisalhos e o nome da banda tatuado no braço.

O fim de semana promete.

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Assista abaixo a um vídeo ao vivo de "Vengeance", canção que permaneceu ausente durante anos do repertório do grupo. Motivo? O refrão que diz "I believe in vengeance, I believe in getting the bastards" irrompia no público o desejo de destruir tudo que visse pela frente.

3 comentários:

Ana Carla Mariozzi Rosa de Abreu. disse...

O fim de semana promete! Gostei! Depois de tanta correria que venha New Model Army! Que otimo jeito para relaxar.

Cheers disse...

um link pra seu post está aqui

Anônimo disse...

É uma pena que shows como esse não venham para o rio de janeiro .Orlando Grijo Dantas - Macaé - r.j.